Diretora da FBF, Taíse Galvão comenta retorno da Copa Governador e possibilidade de torcida mista no Ba-Vi



 Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

Os clubes de destaque do futebol baiano, após o fim do Campeonato Brasileiro, cravaram uma campanha histórica ao ficar entre os onze melhores times do país. Na temporada 2024, o Bahia ficou com a 8ª colocação, e garantiu a tão sonhada vaga para a Copa Libertadores 2025, após 35 anos de jejum. Já o Vitória, depois de sete anos sem disputar um campeonato internacional, assegurou a 11ª colocação e a vaga para a Copa Sul-Americana da próxima temporada.

 

Na diretoria de competições da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Taíse Silva Galvão acompanhou a evolução e o avanço das equipes do estado, desde a base até o profissional. A comandante, que conta com o único nome diante dos cargos mais altos da entidade, em entrevista exclusiva para o Bahia Notícias, falou sua rotina na Federação, a possível volta da torcida mista nos Ba-Vis e as expectativas para a possibilidade de ter Salvador como Cidade-Sede na Copa do Mundo Feminina de 2027. 

 

 Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

 


No final de novembro, o Ministério Público da Bahia projetou o final da torcida única nas disputas entre Bahia e Vitória em 2025, até por conta do duelo de número 500. Quais são as últimas atualizações sobre o tema? Qual o posicionamento da FBF quanto a isso?

A Federação acredita que é importante sim que tenha ambas as equipes, mas que para isso a gente precisa desse apoio. É imprescindível. Em todas as nossas competições, nós temos um parceiro que é a Polícia Militar. Então, a Polícia Militar é que tem esse conhecimento para poder entender se esse retorno seria um retorno positivo, se há garantias de que teríamos segurança, afinal de contas, infelizmente nós tivemos muitos fatos que levaram a essa essa definição por torcida única. Então assim é um entendimento do Ministério Público e a Federação certamente deverá ser chamada em reunião, como ocorre sempre. São reuniões que envolvem não só as torcidas de Bahia e de Vitória, como também a presença do Ministério Público, da Federação e da Polícia Militar. Então, em reunião certamente vamos chegar a uma conclusão de qual será o melhor caminho. Nós estamos com a Polícia Militar, se disseram que garante a segurança com relação a essas partidas, a esse retorno, a Federação, ela vota junto com a Polícia. 

 


Como é sua rotina como diretora de competições da Federação Bahiana de Futebol?

Eu atuo na organização e no planejamento das competições organizadas pela Federação Bahiana de Futebol, tanto as competições profissionais, de base e futebol feminino. Então, o meu trabalho não começa no ano, se inicia no ano anterior.  Eu planejo o calendário de competições com base no calendário nacional. Vou fazendo um planejamento de como é que seria a nossa competição com base nas datas que temos disponíveis para realizarmos as nossas competições. No primeiro semestre, normalmente, começamos o ano com a Série A, depois vem Série B, sub-20 e as demais competições. 

 

No Conselho Técnico do Campeonato Baiano, em novembro, foi conversada a ideia de uma competição para os clubes baianos em 2025, que começaria de 15 a 20 dias após o Baianão e ainda valeria uma vaga para a Copa do Brasil 2026; o que já tem definido? 

Para 2025 vamos retomar a Copa Governador do Estado. Foi algo decidido na reunião do Conselho Técnico, então, para 2025, após o Campeonato Baiano vai acontecer a Copa Governador, que tem a intenção de fazer com que esses clubes que não vão passar para a semifinal, possam estar atuando assim como os demais. Essa competição vai valer vaga para uma competição nacional que é a Copa do Brasil. Os clubes da Série D também vão poder participar da competição e utilizá-la como preparação para a própria Série D.

 


Qual a avaliação da temporada 2024 como um todo e quais novidades podemos esperar para a temporada 2025?

Fechamos com o Intermunicipal agora, em meados de novembro, e nós terminamos com um saldo extremamente positivo. Nós tivemos, no primeiro semestre, o Campeonato Baiano que trouxe uma final que não acontecia desde 2018, que foi o Ba-Vi, que mostrou a força das duas torcidas, Mesmo que não se encontrem ainda em campo, mas todo o apoio e amor que a torcida tem, quando se fala em Ba-Vi. Envolve não só o estado como também todo mundo que está acompanhando pelo Brasil e pelo mundo afora.  Além disso nós também tivemos uma série B extremamente disputada, tivemos clubes extremamente é tradicional, mas também tivemos a participação de clubes estreantes, que no caso foi o SSA, que já atuava na base, e o Porto, que conquistou, através do bom desempenho deles, de todo o elenco, conquistaram uma vaga na elite e esse ano já estão entre os clubes que vão estrear na série A de 2025. Tivemos as competições de base, sub-15, sub-17 e sub-20, que são extremamente disputadas. Também tivemos de novidade o futebol feminino adulto com a obrigatoriedade da participação dos clubes da série A, e com isso a gente teve um olhar mais atento a esses clubes. Chegou o momento de estar investindo também nessa modalidade.

 

Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

 

Quais são as expectativas para a Copa do Mundo de 2027 que vai acontecer no Brasil e, possivelmente, ter Salvador como cidade-sede?

Enxergo como um divisor de águas para o futebol feminino. É um momento, não só na cidade onde tem um investimento, uma infraestrutura e o turismo, como também mostrar que o torcedor Baiano, até mesmo pela tradição com futebol, em especial com o futebol feminino, não é de agora. Tantos talentos já saíram daqui da Bahia e ainda estão aí na vitrine no futebol mundial como por exemplo Rafaelle Leone. Ela atuou muito pelo Campeonato Baiano e hoje ela está há muito tempo aí na seleção dando sua contribuição. Então, com certeza vai ser algo super positivo. O momento é esse de chamar mais mulheres para poder trabalhar com futebol. Permitir que tenhamos mais competições Para que essas meninas possam estar mais preparadas e sejam bem aproveitadas, não só na Copa, mas pós Copa, porque vai ter legado dessa Copa. Temos que entender que isso é uma oportunidade única que todo mundo deve se juntar para se unir e abraçar.

 


Dentre os nomes da diretoria da Federação a senhora é a única mulher. Como é trabalhar em um meio predominantemente masculino. Sente isso afetar no dia a dia? 

Há um tempo atrás isso realmente existia. Era uma resistência, por eu ser mulher e pelo meio ser majoritariamente masculino. Tinham olhares de desconfiança, mas eu acho que com trabalho e mantendo o tempo todo buscando conhecer e mostrando isso, na prática, que você não está ali a passeio. Que você está ali buscando somar, afinal de contas o futebol, não é só um esporte. É uma paixão nacional e Mundial, então quando uma mulher se propõe a estar num ambiente extremamente masculino, ela precisa se preparar para aquilo e eu acredito que até muito mais do que um homem. Porque ela tem que provar a todo o instante que eu estou aqui por mérito, por capacidade, porque eu entendo. Não estou aqui por que alguém me indicou. Hoje eu fico feliz que, embora na Federação, eu seja a única na diretoria, lá nós temos muitas mulheres extremamente capacitadas atuando em várias áreas, na arbitragem, na contabilidade, em vários setores. Mas eu também vejo e fico feliz que hoje, diferente do início, eu vejo mais mulheres nos estádios. Eu vejo mulheres como repórteres, vejo mulheres como membros das comissões técnicas. Cargos e funções que eram extremamente voltadas para homens. Hoje eu vejo mulheres como técnicas também e em diversas áreas. Em breve espero que esse número aumente e que entendam que se for da vontade e do esforço delas, as mulheres também podem conquistar o seu espaço. 

 

Foto: Alana Dias / Bahia Notícias

 

Como a Federação encara a questão do calendário visto que Bahia e Vitória irão começar o Campeonato Baiano com equipes alternativas por conta do pouco para pré-temporada?

A gente entende que a cada momento os clubes vão se destacando. Com isso, eles vão tendo que participar de mais competições. Por isso, se há mais competições, utiliza-se mais datas , então as datas vão se espremendo. Também existem várias competições simultâneas acontecendo ou uma concluindo e a outra já iniciando. Então não tem outra saída. As alternativas que a gente encontra é a que seja a melhor possível. Acho que não é um desejo do Bahia nem do Vitória iniciarem uma competição sem o time principal, mas a pré-temporada precisa ser respeitada. Nós encaramos isso de forma normal. 


Fonte: Bahia Noticias 


Redação : Altamirando de Lima, Radialista DRT 5842 Tel (75) 981761290
Siga Miranda News nas redes sociais / Instagran: sitemirandanews
Facebook : Miranda de Lima
Instagran : pastores.mirandaerosangelalima

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.