Em 15 dias de campanha, cidade já estampa sorriso de candidatos em postes, viadutos e pontos de ônibus

 Na última eleição municipal, a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) precisou recolher 150,62 toneladas de lixo

Foto: Metropress/Fernanda Meneses

Menos de uma semana desde o início da campanha eleitoral, e já estamos inundados por uma avalanche de gastos: R$ 8,5 milhões declarados em “publicidade por materiais impressos” no país. Nas ruas de Salvador, o reflexo é claro: postes, viadutos, paradas de ônibus e até muros de prédios públicos – o que, por sinal, é propaganda irregular – estão saturados com os sorrisos plastificados daqueles que prometem uma cidade melhor, inclusive mais limpa. Ironicamente, estão fazendo exatamente o oposto.

Com apenas dez dias de campanha, o aplicativo Pardal, do Tribunal Superior Eleitoral, já foi bombardeado com mais de 14 mil denúncias contra irregularidades na propaganda eleitoral – uma por minuto, veja só. O curioso é o que realmente se faz com essas denúncias, já que a identificação dos infratores está estampada por toda a cidade. E assim, a cada dois anos, os soteropolitanos são presenteados com a nova safra de cartazes e panfletos de políticos “de bem”, que pedem votos enquanto descumprem descaradamente a lei e deixam as ruas mais poluídas. 

Calma que vai piorar

E os famosos santinhos? A ironia já vem no nome, porque de caridade não têm nada. No dia da eleição, o cenário é ainda pior: panfletos jogados por toda parte. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) até admite que essa sujeira é resultado da boca de urna, um crime eleitoral que persiste. A legislação prevê multas para esse tipo de propaganda, e em alguns casos, pode até ser interpretada como abuso de poder. Mas depende de provas, processos, e, claro, interesse. Muitas dessas infrações acabam ficando pelo caminho, a menos que ocorra um flagrante, forçando uma investigação.

Na última eleição municipal, a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) precisou recolher 150,62 toneladas de lixo – um aumento de 20,5% em relação a 2016. Parece que, quanto mais promessas de mudança, mais lixo se acumula. A própria Limpurb já reconheceu que as eleições municipais são campeãs em gerar lixo, superando até o pleito estadual. É uma verdadeira competição de quem suja mais, e adivinhe? Todos ganham.


Fonte: Metro 1 


Redação : Altamirando de Lima ( Radialista DRT 5842 )
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