Resultados das eleições no México: Claudia Sheinbaum é eleita presidente, diz boca de urna

 

Herdeira política de Andrés Manuel López Obrador terá de enfrentar a violência relacionada ao narcotráfico e afastar os temores de populismo gerados pelo antecessor, caso vitória seja confirmada na apuração oficial




ENVIADA ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO - Claudia Sheinbaum, de 61 anos, a herdeira política de Andrés Manuel López Obrador, será a primeira mulher a presidir o México, indica a pesquisa de boca de urna divulgada pelo instituto Enkoll neste domingo, 2. Ela tem 58% dos votos, segundo a projeção.

A senadora Xóchitl Gálvez, da coalizão de oposição que uniu os antigos rivais Partido Ação Nacional (PAN) e Partido Revolução Institucional (PRI), além do Partido da Revolução Democrática (PRD) teve 29% e o ex-deputado Jorge Álvarez Máynez (Movimento Cidadão), que tentou se apresentar como uma alternativa à polarização, teve 11%.

A eleição foi marcada pela violência, pela polarização em torno do legado em AMLO e por discussões sobre o futuro da democracia mexicana. Ela deve ser empossada em 1 de outubro para um mandato de seis anos, caso a vitória se confirme na apuração oficial.

Claudia Sheinbaum (Morena) cumprimenta apoiadores no encerramento da campanha. 

Foto: Eduardo Verdugo/Associated Press

Filha da elite intelectual da Cidade do México, Cláudia Sheinbaum foi militante do movimento estudantil na universidade antes de se lançar na carreira política, sempre muito próxima a López Obrador, e promete continuar o seu governo — incluindo a controvertida proposta de reforma da Constituição, criticada por opositores e analistas por enfraquecer o judiciário e a autoridade eleitoral mexicana.

Político experiente e carismático, AMLO encerra a presidência com aprovação na casa dos 60%. Ele tem como legado a valorização do salário mínimo e o aumento dos benefícios sociais no México, mas é apontado pelos críticos como líder de tendências autoritárias no país que ainda tenta consolidar sua democracia.

Perfil

Saiba quem é Claudia Sheinbaum, primeira mulher eleita presidente do México
Sua sucessora, Claudia Sheinbaum terá como principal desafio a violência dos carteis de drogas, que marcou as eleições, com pelo menos 34 candidatos ou aspirantes assassinados, segundo levantamento 
do  think tank Laboratório Eleitoral.

Para segurança, ela propõe o fortalecimento da Guarda Nacional e uma estratégia de largo prazo para evitar que os jovens sejam recrutados pelo crime organizado. A ideia está em linha com a política “Abraços, não balas” de AMLO, que defende combater a violência a partir das suas causas.

Fonte Estadão


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